ME CHAMO ELIANE!

TRABALHO NA SECRETARIA DE CULTURA,EM POMPÉU.GOSTARIA SE FOR POSSÍVEL, QUE ME AJUDASSE A ENCONTRAR UM TRABALHO NOS FINAIS DE SEMANA.  ME OFEREÇO COMO AJUDANTE DE SUPERMERCADOS, LOJAS, RESTAURANTES,ETC...PRECISO DE GANHAR UM DINHEIRO EXTRA, POIS, O QUE GANHO, NÃO ESTÁ SENDO O SUFICIENTE PARA ARCAR COM AS DESPESAS, SOU SOLTEIRA, E, PAGO ALUGUEL SOZINHA.AGUARDO RESPOSTAS. BJOSSSSSSSSS..... DESDE JÁ AGRADEÇO.MEUS CONTATOS SÃO: ( 37) 9904-6992 ou ( 37) 3523-3376. 

 MAIS UMA VEZ OBRIGADO PELA ATENÇÃO. UM ABRAÇO. AS. Eliane Rocha.

Belo Horizonte, 13 de Maio de 2009-05-29

Prezado Geraldinho

Infelizmente meu sobrinho e a igo Guilherme nos deixou pretaturamente. Sua mãe, a Valdi, escreveu este belo texto sobre o filho(Retrato).

Lembra da história que lhe contei sobre ele e o diploma do curso superior?

 -Aqui está o diploma!!! Agora vou ser caminhoneiro. Está bemdescrito pela própria mãe. Esperando encontra-lo numa ocasião mais alegre e festiva, envio-lhe um grande abraço. Do amigo Manuel(Senra Álvares da Silva).

NR, Mas, o meu amigo Manuel me havia contado que o Guilherme fez curso superior somente para satisfazer a vontade dos seus pais porque ele queria mesmo era ser caminhoneiro. No dia em que recebeu o “canudo”, ele o entregou à sua mãe e lhe disse: aqui mamãe, aqui está o meu diploma, agora eu vou fazer o que eu gosto...” .E, virou caminhoneiro.

Guilherme, a quem não tive o prazer de conhecer, perdeu a vida a caminho da cidade de Esmeraldas para onde se dirigia em sua moto.E, tragicamente um cachorro entrou em sua frente, vindo o mesmo a chocar-se com o solo e não resistiu aos ferimentos.Guilherme era neto do  inesquecível e saudoso Dr. Osvaldo – uma pessoa sempre e sempre lembrada até hoje em todas as todas sociais da cidade. Dr. Osvaldo marcou época em Pompéu e seu nome nunca será esquecido...

Era uma  vez um menininho ruivo,muito amoroso e sensível que gostava de brincar de caminhão.

Em seu aniversário de cinco anos,deixou a vovó Alexandrina,desarvorada à a procura de um poster de caminhão e carreta.Tarefa difícil mais realizada.

Colocado em seu quarto,tornou – se seu duplo e,dali,nunca mais foi tirado.

Este menino estava sempre com o pai e,na fazenda deste,se deu conta de que a liberdade e amplidão existiam.Amou – as!Acompanhava o pai também no trabalho e,nessas idas e vindas,ao observar de perto a movimentação dos empregados que carregavam e descarregavam os caminhões de entregas,fascinado,começou a perceber o que desejava ser quando crescesse.

Aos catorze anos trabalhava e estudava.No estudo ia muito bem;no trabalho,melhor ainda.O tempo foi passando,o garoto crescendo,e mais outra descoberta:a leitura.Esta era o seu lazer.Entre as muitas,encontrou – se em Jorge,um brasileiro,livro lido e relido incansavelmente.A saga deste brasileiro – caminhoneiro também -  marcou – o para sempre.Admirou o herói que enfrentava estradas difíceis,quase intransitáveis,tão sem segurança,mas que chegava ao destino em tempo hábil.

A falta de condição,de segurança,além de outras dificuldades enfrentadas nas estradas deste país foram motivo de reclamação,todas inúteis,embora nunca motivo de após freqüentar um semestre de cada curso pretendido,chegava a conclusão de que este não lhe trazia satisfação.Largava – o.

A Engenharia Mecânica foi a que mais o agradou.Contudo,nessa época,a grade curricular apresentava um curso básico,mais teórico que prático,fato que se lhe tornou insuportável,pois em sua cabeça,ainda bastante imatura,pensava em graxa,parafuso e problemas para serem solucionados.Decepção novamente.

Certo dia expôs ao pai o seu desejo:ser caminhoneiro.Ao filho foi proposta uma troca:diploma pra cá,caminhão pra lá.Trato feito e cumprido,formou – se em Administração de Empresa.Recebeu o caminhão e...pé na estrada!Felicidade!Iniciava a realização do sonho.
O menininho ruivo, já homem feito,dizia:nada mais excitante que a estrada a sua frente,a sensação de liberdade,o pensamento correndo solto pela amplidão.

Surgiu outro sonho:conhecer o Brasil de ponta a ponta.Mas TANATOS,que não brinca  em serviço,resolveu dar um basta em tamanha empolgação: levou – o cedo.

Diante de tão cruel fatalidade,fica – nos a  reflexão de que a memória é algo em que não se pode confiar porque é enganadora.Esconde – nos o que desejamos lembrar e martela – nos o que desejamos esquecer.

Hoje o caminhoneiro segue estrada afora.Mas para onde?Talvez rumo ao porto da eternidade conduzindo carga de saudade a ser descarregada em nossos corações.